"O desafio da inculturação e através dela o desafio de uma presença credível ao nível do social" - foi a ideia defendida pelo P. António Bacelar, da Pastoral Universitária do Porto, no Fórum "Catolicismo, apoio da Humanidade". Nesta iniciativa, promovida pela Casa de Moçambique em Lisboa, dia 8 de Julho, o P. António Bacelar considera-se "uma amante daquele continente" e realçou à Agência Ecclesia que África poderá constituir-se uma "terceira reserva espiritual". Aquilo que os Padres da Igreja "chamavam as sementes do Verbo, transversais a todas as culturas africanas" - sublinha. Este país lusófono está a comemorar dez anos de paz e neste processo a Igreja tem "tido um papel fundamental". E exemplifica. "a Comunidade de Santo Egídio teve um papel exemplar".
O encontro contou também com a presença de D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, que falou sobre o "Ciclo Bento XVI, que esperar?". Na sua intervenção, o bispo auxiliar de Lisboa sublinhou que "assistiremos à passagem do Eurocentrismo a uma Igreja multicultural". A chamada re-inculturação do anúncio evangélico nas várias culturas onde está incluída a africana. "Um desafio deste Pontificado" - revela D. Carlos Azevedo.
Em relação ao estilo de governo, o prelado defendeu um "modelo mais evangélico". E acrescenta: "é necessário ultrapassar a ideia de soberania". Os órgãos consultivos e de corresponsabilidade "devem funcionar sem paternalismos pouco evangélicos". A "Eclesiologia operacional" e com "criatividade para as instituições" foi outra ideia defendida pelo bispo auxiliar de Lisboa em relação ao ciclo de Bento XVI.